Cientistas norte-americanos das universidades de Boston e do Texas, nos Estados Unidos, descobriram o mais antigo calendário astronômico maia até o momento, que data do século 9, pintado nas paredes do que parece ser um escritório de um sacerdote ou escrivão, na cidade guatemalteca de Xultún (galeria de fotos aqui).
O achado desmistifica as teses que previam o fim do mundo ao confirmar que existem, na verdade, 17 ciclos (baktun, no idioma maia), ao invés de 13, como se pensava até então.
“Isso significa que o calendário maia continuará com seus ciclos por mais alguns milhões de anos”, disse o arqueólogo David Stuart, da Universidade do Texas. Então, não, ele não acaba em 2010. E, portanto, o fim do mundo ainda parece estar um pouquinho longe.
Por que só agora?
Há mais de três mil anos, essa civilização pré-colombiana da América Central contava o tempo com base no movimento de corpos celestes, como o sol, a lua e os planetas, e o registrava em calendários, como os encontrados no aposento recém-descoberto.
Muitas das dificuldades em interpretar os calendários maias têm sua explicação no dia 21 de julho de 1561.
Nessa data, missionários franciscanos queimaram dúzias de códices maias em praça pública do México, por considerarem tais textos trapaças do diabo. Na verdade, os códices preservavam todo o conhecimento reunido durante séculos pelos maias.
Segundo os cientistas responsáveis pelo estudo inicial das pinturas, publicado na revista especializada Science, o quarto com as pinturas faz parte de um complexo maior.
A parede também contém cálculos do ciclo lunar e hieróglifos vermelhos e pretos, que podem estar relacionados aos ciclos planetários de Marte, Mercúrio e Vênus. Para os maias, era importante elaborar esses calendários porque, através deles, eles poderiam harmonizar as mudanças celestes com os seus rituais sagrados.
“Pela primeira vez, vemos o que podem ser registros autênticos de um escrivão, cujo trabalho consistia em ser o encarregado oficial de documentar uma comunidade maia”, explicou o arqueólogo William Saturno, da Universidade de Boston.
De acordo com Saturno e outros pesquisadores envolvidos, as paredes parecem ter servido como um quadro negro, onde astrônomos e sacerdotes se reuniam para criar esses calendários.
Vale ressaltar que o lugar só foi encontrado graças a ações de saqueadores, que encontraram o local e o deixaram exposto. [Estadão, Science, CiênciaHoje,NationalGeographic, Foto]
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