segunda-feira, 25 de março de 2013

10 rituais bizarros de culturas indígenas


10 rituais bizarros de culturas indígenas

Como hoje, dia 19 de abril é o Dia do Índio, fizemos uma compilação com dez rituais índigenas de tirar o fôlego.


1. Comer um pedaço do próprio pênis - Aborígenes australianos levam meninos para retirar o prepúcio do pênis sem anestesia, em seguida o garoto precisa se ajoelhar sobre um escudo próximo a uma fogueira. Além disso, ele tem que comer a própria pele crua e sem mastigar. Quando a circuncisão termina de cicatrizar eles sofrem outra “cirurgia”, nessa o órgão genital é cortado na parte inferior, próximo aos testículos. O sangue que escorre deverá cair em uma fogueira, isso significa purificação. Depois disso o homem é obrigado a se abaixar e urinar como uma mulher.

2. Wysoccan mais forte que o LSD Os meninos da tribo algonquinos são isolados do restante da tribo e enjaulados. Eles recebem uma substância chamada wysoccan que é quase cem vezes mais alucinógena que o LSD. O ritual consiste em fazer com os garotos esqueçam as lembranças da infância e então se tornem homens. O wysoccan é tão forte que muitos meninos perdem a memória da família e até da própria identidade, outros perdem até a fala. Quando alguns garotos ainda lembravam coisas da infância eles são levados novamente para o ritual.
 3. Veneno nos olhos Os Matis, da floresta amazônica brasileira, realizam testes com os garotos da tribo para saber se estão habilitados a participar das caçadas com os homens. Os meninos recebem veneno direto no olho, segundo a tradição é para melhorar a visão e aguçar os sentidos. Em seguida são espancados e chicoteados e recebem um poderoso veneno de um sapo da região. Acredita-se que o veneno aumenta a força e a resistência que só acontece depois do garoto sofrer muitos enjoos  vômitos e diarreia.


4. Serviço de chão - Os índios Kalankó praticam um ritual chamado “Serviço de Chão ou Mesa do Ajucá”. A finalidade da prática é curar as enfermidades por meio de consulta direta aos encantados. Um pano quadrado é posto no chão com um pouco de fumo e alho em cada uma das pontas. No começo do rito os indivíduos dão três voltas ao redor do pano fumando o campiô, uma espécie de cachimbo indígena. Acontecem também três rodadas de canto. O doente é encruzado por três vezes, com o campiô, maracá e alho. Depois da segunda ou terceira música o cantador diz receber uma energia encantada que faz com que ele receite remédios do mato, dê conselhos e consultas.

5. Saltos com cipó
- O salto dos índios Vanuatu é um ritual para mostrar masculinidade e impressionar as mulheres e os deuses.
Os garotos da tribo, com cerca de 7 ou 8 anos, tem que saltar de uma torre de 30 metros de altura com cipós amarrados nos tornozelos, a velocidade chega a 72 quilômetros por hora. O salto é considerado perfeito quando o menino consegue encostar a cabeça bem próxima ao chão. Como os cipós não são elásticos e o comprimento da corda pode ser calculado errado é muito provável acontecer sérios acidentes ou até a morte.

6. Circuncisão de meninos e meninas - Uma tribo no Quênia, chamada Okiek, realiza um ritual de passagem com adolescentes de 14 a 16 anos. Tanto meninos e meninas tem os órgão sexuais circuncidados. Em seguida eles ficam separados de adultos do sexo oposto de quatro a 24 semanas. Quem participa do ritual tem que se pintar com argila branca e carvão, a fim de parecer selvagem e a partir de então receber orientações dos anciãos. Para piorar a situação dos jovens a circuncisão é feita com uma lâmina velha e suja que pode causar infecções. Nas meninas a circuncisão é feita com a remoção do clitóris o que as deixam incapacitadas de sentir prazer sexual. Caso alguma moça se recuse a passar pelo ritual ficará isolada da tribo.

7. Morada das almas - O ritual fúnebre dos índios Bororo pode levar até três meses, a demora é necessária para uma total putrefação da carne do defunto. Inicialmente o morto é posto em uma cova rasa no pátio da aldeia. Todo dia o corpo é regado a fim de acelerar a decomposição. Durante esse período são realizados muitos rituais com danças, comidas, bebidas e teatros. Ao completar os três meses o corpo é exumado e levado para um rio, onde os ossos são lavados para remover todo o resto de tecido podre. Os ossos limpos são colocados em cestas e levados para serem pintados. Essa mesma cesta, com os ossos já pintados, é levada ao rio e afundada na parte mais funda, sendo presa a um pau que fica com a ponta para fora do rio. O local é chamado de “morada das almas”.

8. A menstruação e o demônio - Na Amazônia uma tribo chamada Tukuna realiza um ritual com meninas que começam a menstruar. Durante quatro a 12 semanas elas ficam isoladas em um local construído pela família já com esse propósito. O que se acredita é que a moça está no submundo e correndo perigo por conta de um demônio chamado Noo. No final do ritual outras pessoas utilizam máscaras e se tornam reencarnações do demônio. Para se proteger do mal a moça passa dois dias com o corpo pintado de preto. No terceiro dia a garota é levada por parentes para festividades e dançam até o amanhecer. A menina recebe uma lança com fogo para jogar no suposto demônio. Feito isso, ela está livre para se tornar uma mulher adulta.

9. Fugindo de espíritos do mar - Uma tribo nigeriana, chama de Iria, um ritual com moças entre 14 e 16 anos que são levadas para lugares onde recebem alimentos pesados até engordar. Durante vários dias elas cantam canções. A tribo Okrika acredita que essas jovens podem ter ligações amorosas com espíritos aquáticos, por isso cantam músicas tradicionais da tribo antes de casar. É no último dia do rito que as meninas passam nas águas, com uma mulher mais experiente, a fim de levá-las para longe dos espíritos que podem pegar as moças novamente.

10. Ritual de masculinidade - Um ritual da tribo amazonense Satere-Mawe é muito doloroso. Para provar masculinidade os garotos da tribo tem que colocar as mãos dentro de uma luva cheia de formigas-bala. Só para se ter uma ideia da dor, a mordida dessa formiga é 20 vezes mais dolorida que a de uma vespa. Durante 10 doloridos minutos os meninos tem que dançar com as mãos dentro da luva. A dor é tão forte que é possível acontecer convulsões, além disso, a dor pode durar 24 horas. [lista10.org]



Indígenas da Amazônia vestem 'luva de formigas' em ritual religioso
Cerimônia é considerada ato de bravura e simboliza proteção do corpo.
Meninos têm de levar as ferroadas por 20 vezes em 20 dias diferentes.

Entres o indígenas  sateré-mawé, que vivem entre o Amazonas e o Pará, um ritual religioso marca a vida dos meninos e representa a passagem da infância para a vida adulta. O ritual consiste em vestir uma luva cheia de formigas tucandeiras e resistir por ao menos 15 minutos.


O ritual faz parte da história dos indígenas. Segundo sua história, cada sateré pertence a um clã. Pode ser o do guaraná, fruta da qual os sateré-mawé se orgulham de terem cultivado de forma pioneira, ou os clãs do açaí, da lagarta-de-fogo e do tatu.

“O tatu é dono da tucandeira desde o começo do mundo”, diz o índio satere Donato Lopes da Paz. Ele mora em uma aldeia que fica a algumas horas de viagem a partir de Parintins, no Amazonas, onde toma-se um barco até o Rio Andirá. O trajeto segue pelo mesmo rio até a terra dos sateré-mawé.

Na festa de celebração da formiga tucandeira em uma das 30 tribos da região, tudo está preparado para o ritual com os meninos. As formigas são colocadas em um pau oco de bambu. Para não deixar os insetos escaparem, os indígenas usam folhas de caju-branco nas bordas. Depois, elas são posicionadas uma a uma em luvas de palhas de caranã - a cabeça fica do lado de fora e o ferrão, do lado de dentro. Antes de a luva ser colocada nas mãos do indígena, as tucandeiras ainda recebem uma baforada de tabaco, que aumenta sua revolta.

O primeiro a passar pelo ritual foi Adinaldo, de 16 anos. Sem mexer as mãos, ele teve de aguentar as ferroadas por ao menos 15 minutos, enquanto sua tribo cantava e dançava ao seu lado, em uma tentativa de aliviar a dor.

A cerimônia é considerada pelos indígenas como um ato de bravura e simboliza uma proteção para o corpo. Os sateré-mawé acreditam que a ferroada da formiga tucandeira funciona como uma espécie de vacina.

“Se a pessoa estiver com febre e meter a mão na tucandeira, passa na hora”, garante o dono da festa, Lúcio Ferreira Dias. Para completar o ritual, o garoto tem de se deixar ferroar 20 vezes em 20 dias diferentes.

Se não completar as 20 vezes? "A tucandeira persegue ele. Os velhos dizem que é a tucandeira é mulher. Ela aparece no sonho dele como uma mulher bonita e fica comendo comida que não é mais daqui da terra e que adoece a pessoa”, diz Lúcio.

Benedito Ferreira da Rocha Filho, de 23 anos, fez o ritual pela última vez. “Se eu não terminasse, ia morrer, ficar barrigudo, doente, porque ela ‘emprenha’ e começa a nascer tucandeira dentro da gente”, diz.
G1

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