Caso Maranata: CRM-ES vai investigar conduta de pastor preso acusado de coação
Em depoimento à Polícia Federal, outro pastor da congregação disse ter recebido ameças para mudar depoimento em investigação xx
Golpista tenta pagar compra no valor de R$ 3.700 em ótica com cheque falsificado e acaba presa
Por dois anos, concurso da PM tem menos aprovados que o esperadoO Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM/ES) vai abrir uma sindicância para apurar a conduta do médico e pastor da Igreja Maranata Amadeu Loureiro Lopes. Em depoimento à Polícia Federal, outro pastor da congregação disse ter recebido ameças de Amadeu enquanto se recuperava de uma cirurgia cardíaca, em um hospital da Grande Vitória.
Se a apuração do Conselho constatar infração, um procedimento ético profissional será aberto e poderá resultar em punições para Amadeu Lopes. Elas podem ir de simples advertência até a cassação do registro profissional.
Não houve denúncia formal ao CRM, mas a decisão de abrir a sindicância foi tomada a partir de informações publicados pela imprensa. O advogado de Amadeu Lopes preferiu comentar nada sobre as acusações contra o médico. Ele foi preso preventivamente na última terça-feira durante as invetigações sobre coação a testemunhas do processo que avalia possíveis desvios de dinheiro do dízimo dentro da Igreja Maranata.
O pastor que disse ter recebido as ameaças de Amadeu falou à Polícia Federal, em janeiro deste ano. Em depoimento, afirmou que foi coagido a mudar a versão dada nas investigações sobre os desvios. Além de Amadeu, Elson Reis, presidente da igreja, também teria ido ao hospital forçar mudança no posicionamento da testemunha.
Outro pastor da Maranata, o advogado Itamar Coelho, também foi preso na última terça sob acusação de ameaçar testemunhas. Procurada, a Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB/ES) informou que só iniciará apurações internas contra o advogado preso se ele for condenado judicialmente. Antes da conclusão dos processos, não tomará nenhuma medida contra Itamar. O médico e o pastor continuavam detidos nesta quinta-feira.
Em alguns casos, testemunhas eram levadas a cartórios para desdizer o que haviam dito.Segundo o promotor Paulo Panaro, em recente entrevista à CBN Vitória, há casos documentados de pessoas ligadas à igreja que davam as novas declarações ao oficial do cartório no lugar das vítimas, que apenas assinavam o documento. Essas manobras, segundo o promotor, eram orientadas por advogados.
Material apreendido com pastores é analisado
O material apreendido nas residências e nos escritórios de líderes da Igreja Maranata e na Rádio Maanaim, na última terça-feira, começou a ser analisado nesta quinta-feira. O trabalho está sendo feito pelos promotores do Grupo Especial de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), junto da Polícia Federal.
O promotor de Justiça Paulo Panaro não quis adiantar informações sobre o que foi encontrado. Os documentos foram apreendidos durante operação realizada pela Polícia Federal, que prendeu quatro pastores que lideravam a Maranata.
Todos eles são acusados de coagir testemunhas para garantir que mudassem depoimentos já prestados à Justiça e que prejudicam líderes da Maranata. Pelo menos 20 pessoas foram ameaçadas, entre elas um promotor e uma juíza. VINÍCIUS VALFRÉ - A Gazeta
Bens de pastores da Maranata crescem 6 vezes
Foi a quanto chegou o aumento do patrimônio de alguns dos administradores da igreja, segundo investigação do Ministério Público
As investigações que apuram o desvio do dinheiro do dízimo doado pelos fiéis da Maranata revelam que os pastores que administravam a igreja podem ter enriquecido de forma ilícita. Um exemplo vem do patrimônio deles, que, nos últimos cinco anos, chegou a engordar até seis vezes. E não fica só aí: a movimentação financeira em suas contas foi até dez vezes maior do que o rendimento declarado ao Imposto de Renda.
A análise das finanças faz parte das investigações que estão sendo conduzidas pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e estão no processo que tramita na Vara de Inquéritos Criminais de Vitória, ao qual A GAZETA teve acesso.
O material serviu de respaldo para que a Justiça autorizasse a busca e a apreensão de documentos e equipamentos na igreja e na casa dos investigados, além do sequestro de bens da instituição e de seus pastores, no final do ano passado.
A análise das finanças faz parte das investigações que estão sendo conduzidas pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e estão no processo que tramita na Vara de Inquéritos Criminais de Vitória, ao qual A GAZETA teve acesso.
O material serviu de respaldo para que a Justiça autorizasse a busca e a apreensão de documentos e equipamentos na igreja e na casa dos investigados, além do sequestro de bens da instituição e de seus pastores, no final do ano passado.
"Ressaltamos a corrida por retificações nas declarações de Imposto de Renda de boa parte das pessoas físicas alvos do processo, que fizeram acrescer transações, bens e valores até então omitidos para não demonstrar incompatibilidade."
"É possível extrair variadas descrições das práticas ilícitas adotadas por membros da igreja."
Relato dos promotores no processo que tramita na Justiça
Clandestino
Foi a partir da quebra do sigilo fiscal dos investigados que o Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro, do Ministério Público Estadual, acabou confirmando as denúncias sobre a destinação clandestina do dinheiro doado pelos fiéis. "Era utilizado por determinados membros para investimento em bens e vantagens particulares", diz o relato dos promotores, no processo.
De acordo com as denúncias, com o dinheiro doado foram comprados apartamentos, casas, sítios, carros, e pagas contas de cartões de crédito. Até dólares foram enviados para o exterior na mala dos fiéis. O resultado, segundo relato dos promotores, é uma evolução patrimonial "considerável e incompatível" com a renda declarada.
Enriquecimento
Para exemplificar a situação à Justiça, foram utilizados cinco casos de pastores e suas respectivas situações patrimonial e financeira. "Há exemplos do súbito, injustificado e suspeito enriquecimento de alguns membros da igreja", relata o texto.
Um dos casos apontados é o de Gedelti Victalino Gueiros, um dos fundadores e presidente da Maranata, afastado do cargo no final do ano passado. A movimentação de dinheiro em sua conta foi sete vezes superior ao seu rendimento, "indicando clara incompatibilidade entre os anos de 2009 e 2011", diz o texto do processo.
Em 2009, por exemplo, seu rendimento bruto declarado foi de R$ 127 mil, mas a movimentação em sua conta superou os R$ 964 mil.
Sem crise
Não é muito diferente a situação de Antonio Angelo Pereira dos Santos, ex-vice-presidente, que foi apontado pela própria igreja como um dos responsáveis pelo esquema de corrupção. Seus bens, assim como sua movimentação financeira, cresceu mais de seis vezes nos último cinco anos.
Um detalhe curioso é que o seu patrimônio continuou aumentando até mesmo nos períodos em que seus vencimentos estavam em queda. De 2009 para 2010, seu rendimento caiu de R$ 77 mil para R$ 45 mil, mas seu patrimônio foi de R$ 349 mil para 375 mil.
Há ainda o caso do pastor Adaíso Fernandes Almeida, cujo patrimônio saltou de R$ 667 mil para R$ 2,97 milhões em cinco anos; do pastor José de Anchieta Fraga Carvalho, cujo patrimônio triplicou, e sua movimentação financeira foi quase dez vezes superior ao seu rendimento declarado; e também do pastor Alexandre Melo Brasil, cujo entra e sai em sua conta foi oito vezes maior do que seus vencimentos.
Boa parte dessa movimentação ocorreu no momento em que o mundo vivia os reflexos da crise financeira que teve início em 2008 e teve repercussões nos governos federal, estaduais e municipais e até nas empresas nos anos que se seguiram.
Investigados
Ao todo, 26 pessoas estão sendo investigadas pelo Gaeco como responsáveis pelas fraudes. A maioria fazia parte da administração da igreja, grupo destituído pela Justiça no final do ano passado. Entre essas pessoas estão Gedelti Victalino Gueiros e Antonio Angelo Pereira dos Santos.
O esquema de corrupção que desviou o dinheiro doado pelos fiéis foi viabilizado por intermédio de notas fiscais frias que pagavam serviços superfaturados, segundo as denúncias. Elas indicam o envolvimento de pastores, diáconos e até fornecedores do Presbitério de Vila Velha, que concentra a administração dos mais de 5 mil templos no Brasil, além de outros no exterior.
Segundo relato dos promotores do Gaeco, constantes no processo que tramita na Justiça, o dízimo foi usado até em outras vantagens particulares. "E, para acobertar os desvios e as irregularidades, os envolvidos no esquema criminoso se valiam da constituição fraudulenta de empresas e acordavam a emissão de notas fiscais superfaturadas", diz o texto.
Há denúncias ainda de que equipamentos eletrônicos foram adquiridos no exterior e importados de forma ilegal. O material teria sido utilizado na montagem de um sistema de audiovisual para a igreja transmitir seus cultos para templos no Brasil e no exterior.
Entre os crimes que podem ter sido cometidos estão estelionato, falsidade ideológica, formação de quadrilha, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e até formação de curral eleitoral. Há investigações também sendo feitas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.
Silêncio
O promotor do Gaeco, Lidson Fausto da Silva, não quis se manifestar sobre detalhes do caso, argumentando que as informações são fornecidas por intermédio de nota oficial do Ministério Público Estadual, quando necessárias.
Silêncio semelhante, segundo as poucas informação confirmadas pelo promotor, vem sendo mantido pelos membros da igreja já intimados a depor. Quase todos têm se recusado a falar, sob o argumento de que só comentam o caso em juízo.
Uma preocupação de que essas pessoas poderiam sofrer algum tipo de intimidação está presente no processo. Promotores relatam as dificuldades encontradas para colher novas provas e depoimentos em decorrência até do "receio de sofrer retaliações, perseguições e difamações na igreja", diz o texto do processo judicial.
A juíza Sayonara Couto Bittencourt Barbosa chegou a proibir que as 26 pessoas investigadas, incluindo os pastores, façam contato com qualquer testemunha que já foi ouvida ou que ainda vá prestar depoimento. Há pessoas que têm recorrido à Ouvidoria do Ministério Público Estadual e ao Gaeco para fazer suas denúncias por telefone. "Quem liga para o 127 ou 3145-7150 tem o sigilo garantido", assinala o promotor Lidson.
Resposta
O advogado Rodrigo Horta, que faz a defesa do pastor Adaísio, disse que só fala sobre o assunto em juízo. José Luiz Oliveira de Abreu, advogado de Antonio Angelo, discorda das afirmações dos promotores. Ele garante que o patrimônio de seu cliente é compatível com o rendimento do mesmo e que isso será provado no momento certo, "na Justiça", assinalou.
Foi por intermédio da assessoria de imprensa da Maranata que os demais pastores citados na matéria responderam às denúncias de enriquecimento ilícito. José de Anchieta informou que o aumento de seu patrimônio "se deve ao trabalho prestado por sua empresa a uma multinacional que lhe rendeu um faturamento especial naquele período".
Já Alexandre Mello, que também é advogado, explicou que "recebe quantias em nomes de clientes, faz o saque e repasses, ficando apenas com os honorários, o que justifica sua movimentação bancária".
Convicção
O ex-presidente da Maranata, Gedelti Victalino Gueiros, assinalou que, "de acordo com parecer técnico de auditoria independente, a evolução financeira no período de 2007 a 2011, contrapondo aos dados apresentados pelo Ministério Público Estadual, é compatível com seus rendimentos". Acrescentou ainda que os dados estão à disposição da Justiça.
A Igreja Maranata, por sua vez, assinala que reafirma sua convicção de que as acusações serão esclarecidas. "A igreja jamais se insurgiu contra qualquer tipo de investigação que esclareça os fatos", disse em nota oficial, acrescentando que "é com base na transparência e respeito integral à verdade que a Igreja Cristã Maranata confia no rápido desfecho para esse lamentável episódio".
Entenda o caso
Denúncias
No final de 2011, circularam informações de que o dízimo doado por fiéis da Maranata estava sendo desviado por pastores, diáconos e fornecedores da igreja
Matérias
Após A GAZETA publicar matérias sobre as fraudes, o Ministério Público Estadual abriu uma investigação criminal em fevereiro do ano passado
Rombo
O prejuízo estimado era de R$ 21 milhões, mas a Maranata recorreu à Justiça, pedindo o ressarcimento de R$ 2,1 milhões
Acusados
O então vice-presidente da igreja, Antônio Angelo Pereira dos Santos, e o diácono e contador Leonardo Alvarenga foram apontados, pela Maranata, como os responsáveis pelo esquema de corrupção que desviou o dízimo. Os dois foram afastados de suas funções e processados na Justiça
Investigações
As investigações conduzidas pelo Gaeco revelaram que outros pastores da cúpula da Maranata, incluindo seu líder, Gedelti Gueiros, estavam envolvidos nas fraudes. Seus sigilos bancário e fiscal foram quebrados
Operações
No fim de 2012, os promotores do Gaeco e a Polícia Federal realizaram uma operação conjunta, denominada “Entre irmãos”, em que foi feita a busca e a apreensão, além do sequestro de bens da igreja e dos pastores investigados
Denúncias
No final de 2011, circularam informações de que o dízimo doado por fiéis da Maranata estava sendo desviado por pastores, diáconos e fornecedores da igreja
Matérias
Após A GAZETA publicar matérias sobre as fraudes, o Ministério Público Estadual abriu uma investigação criminal em fevereiro do ano passado
Rombo
O prejuízo estimado era de R$ 21 milhões, mas a Maranata recorreu à Justiça, pedindo o ressarcimento de R$ 2,1 milhões
Acusados
O então vice-presidente da igreja, Antônio Angelo Pereira dos Santos, e o diácono e contador Leonardo Alvarenga foram apontados, pela Maranata, como os responsáveis pelo esquema de corrupção que desviou o dízimo. Os dois foram afastados de suas funções e processados na Justiça
Investigações
As investigações conduzidas pelo Gaeco revelaram que outros pastores da cúpula da Maranata, incluindo seu líder, Gedelti Gueiros, estavam envolvidos nas fraudes. Seus sigilos bancário e fiscal foram quebrados
Operações
No fim de 2012, os promotores do Gaeco e a Polícia Federal realizaram uma operação conjunta, denominada “Entre irmãos”, em que foi feita a busca e a apreensão, além do sequestro de bens da igreja e dos pastores investigados
Fonte: A Gazeta
Entao nao pode comentar nada,
ResponderExcluirDiante de tantos fatos, acusaçoes, supostas ameaças que creio que aconteceram sim, e vendo pessoas humildes da ICM-ES, que derepente mudaram o padrao de vida, videos, que pessoalmente assisti, creio que esses que foram indiciados nao sao inocentes nao. Lugar deles é na cadeia e nao nos pulpitos pregando , como estão fazendo na maior cara de pau.
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