sábado, 2 de março de 2013

Mamonas Assassinas. Is very porreta


No Brasil, diversas bandas apostaram na irreverência e no humor, desde Os Mutantes até a capixaba Bando de Conga, passando por Blitz e Ultraje a Rigor. Nenhuma, porém, fez tanto sucesso quanto Mamonas Assassinas, que em menos de um ano vendeu cerca de dois milhões de cópias de seu único disco.

Formado em Guarulhos (SP), por Dinho (vocal), Bento Hinoto (guitarra), Júlio Rasec (teclado) e pelos irmãos Samuel (baixo) e Sérgio Reoli (bateria), há 15 anos o grupo encerrou sua carreira de forma trágica, com todos os integrantes mortos em um acidente aéreo - um choque para os milhões de fãs.

De lá para cá, foram muitas as homenagens, incluindo a regravação de "Pelados em Santos", pelos Titãs, e um especial "Por Toda Minha Vida", na TV Globo. Agora é a vez de o cineasta Cláudio Kahns lançar o documentário "Mamonas para Sempre", que entra em cartaz amanhã nos cinemas do país (sem previsão de estreia no Estado).

Às vésperas do lançamento, aliás, a banda foi um dos assuntos mais comentados no Twitter, na última terça, indo parar nos Trending Topics. Isso porque a "Folha de S. Paulo" divulgou a descoberta de que o grupo estava prestes a se separar. Segundo a nota, Dinho já havia acertado sua saída para atuar como humorista na TV.

O filme de Kahns, resultado de três anos de pesquisa, narra de forma cronológica a breve trajetória do grupo, com depoimentos das famílias, dos amigos e fãs dos músicos, além de cenas dos primeiros ensaios (incluindo a época em que eram uma banda séria, chamada Utopia) e imagens do dia a dia dos integrantes, em sua intimidade.

Show em Vitória

No dia 1º de novembro de 1995, quatro meses antes do acidente, os Mamonas fizeram show no Ginásio Álvares Cabral, em Vitória. O fotógrafo Fabio Machado tinha 15 anos à época e foi ao concerto. "Estava bem cheio, saí de lá com a panturrilha doendo de tanto pular. Os caras eram bons, tinham muita presença de palco, principalmente o Dinho", conta.

Ainda hoje Fábio acha bom o disco do grupo. "É cheio de referências a outras bandas e a filmes e tem piadas, desde as mais ingênuas, e até alguma crítica, mesmo que leve, sobre comportamento e consumismo", diz ele, acrescentando que o show é uma ótima lembrança. "Sempre que citam o grupo, faço questão de dizer, com certo orgulho, que os vi cantar ao vivo."

Professor do curso de Letras da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Orlando Lopes também curtiu muito os Mamonas. Para ele, o ponto forte da trupe era a força e a presença de palco. "Não dava apenas vontade de rir, mas também de dançar - ao menos para quem conseguia entrar no ?espírito da coisa?."

Quanto às letras, ele explica que eram leves o bastante para não ofender as famílias, embora transitassem pelo duplo sentido, com conotação sexual, e até utilizassem palavrões. "Genival Lacerda devia ter sido patrono dos caras", arremata.

"É fácil justificar o fascínio junto às crianças que os Mamonas Assassinas ainda provocam: o humor deles não se perdeu, não envelheceu", Cláudio Kahns, cineasta

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