sexta-feira, 30 de julho de 2010

Polícia diz ter provas da morte de Eliza: bebê, sangue e Bola


Inquérito sobre o sumiço e suposta morte da jovem foi concluído na quinta.
Delegado relatou três provas de que ela foi assassinada.

Do G1, em São Paulo

 As buscas pelo corpo de Eliza Samudio continuam, apesar do encerramento das investigações sobre o desaparecimento e suposta morte da jovem. A informação foi dada pelo delegado Edson Moreira, presidente do inquérito sobre o caso, em entrevista, nesta sexta-feira (30), no Departamento de Investigações (DI), em Belo Horizonte.
O inquérito foi encerrado na quinta-feira (29) e entregue à Justiça nesta sexta. Mesmo sem a polícia ter encontrado vestígios do corpo de Eliza, nove pessoas foram indiciadas por suspeita de envolvimento na morte da jovem. Todos negam participação no crime.
De acordo com relatório divulgado pela polícia, há três provas de que a jovem foi morta. São elas:
1 - o sangue dela encontrado em um dos carros de goleiro;
2 - o resgate do filho de Eliza (que foi encontrado na casa de uma mulher desconhecida, em Ribeirão das Neves, em Minas Gerais); e
3 - a contratação do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, que, seguindo a polícia, também conhecido como Bola, Paulista, Neném e Russo.
Leia aqui o relatório que a Polícia Civil divulgou: página 1página 2 e página 3
Durante a entrevista coletiva, no DI, Moreira citou outras provas que, segundo ele, mostram que houve homicídio e ocultação de cadáver.
Eliza está desaparecida desde o início de junho. Ela teve um relacionamento com o goleiro Bruno de Souza, e tentava provar, na Justiça, que teve um filho do atleta. Moreira disse que a gravidez "despertou a ira de Bruno" e que ele e os amigos planejaram o assassinato da jovem. A criança tem, hoje, cinco meses de idade, e está com a mãe de Eliza, em Mato Grosso do Sul.
'Garantias'Para Moreira, o filho de Eliza não seria abandonado porque ele seria fundamental para ela obter o dinheiro que vinha pedindo ao goleiro Bruno. "Ela não deixaria o filho na mão de terceiros, pois a criança seria a garantia de uma pensão alimentícia razoável e duradoura, que asseguraria seu futuro e da própria criança pelos próximos 18 anos, em uma situação tranquila financeiramente, além de probabilidade de participação de programas de TV mediante pagamento de cachês", disse o delegado.
No relatório, a polícia ressalta que, depois que tiraram o bebê da mãe, os amigos de Bruno passaram a chamá-lo com outro nome "na tentativa de apagar quaisquer vínculos de relação com Eliza".
O texto da polícia ainda destaca a contratação de Bola, "um homem com vivência policial preventiva e investigativa, dtoado de conhecimentos de técnicas de combates urbanos e nas selvas, com domínio e manuseio de materiais explosivos". "Claro que tendo uma pessoa experiente, que conhece e sabe como matar e sumir com um corpo, vai ser difícil achar esse corpo. Por isso que optamos pela materialidade indireta, que é importante", falou Moreira.
Crime premeditadoMoreira acredita que o crime foi premeditado e que o goleiro Bruno usou o período de folga,durante a Copa do Mundo, para executar o plano.
As investigações se basearam no primeiro depoimento dado por um adolescente que foi detido na casa de Bruno, no Rio de Janeiro. Depois, o menor mudou suas versões e chegou a desmentir toda a história, de acordo com o advogado dele, Eliézer Jônatas de Almeida Lima.
O delegado disse que o adolescente "ainda é o único que esteve presente no início ao fim do caso". "A polícia calçou cientificamente o depoimento do menor. As provas científicas que temos, o GPS, o sangue dele e da Eliza [em um carro de Bruno] e a descrição do Bola, que tem uma falha na arcada dentária superior. Por último, a descrição da morte de Eliza, por asfixia”, disse Moreira.
O pai de Eliza Samudio, Luiz Carlos Samudio, foi até o Departamento de Investigações, nesta tarde. Ele chorou durante a entrevista do delegado. "Não vou descansar enquanto não encontrar Eliza. Essa é a próxima etapa", disse ele, ao deixar o prédio. O advogado Sérgio Barros da Silva, que defende Luiz Carlos, disse que o cliente ficou "feliz com o trabalho da polícia".
HistóricoNa entrevista desta tarde, Moreira disse que, durante 40 dias, trabalharam no inquérito cinco delegados, 20 agentes e dez peritos. Ele apresentou uma linha do tempo sobre o suposto sequestro e a possível morte de Eliza Samudio.
O relato começou com o inquérito sobre a suposta agressão sofrida por Eliza, no ano passado. Ela procurou a polícia, no Rio de Janeiro, e afirmou que foi obrigada a tomar substâncias abortivas. Exames feitos pela polícia fluminense foram considerados inconclusivos.
De acordo com Moreira, em maio, o menor e Luiz Henrique Ferreira Romão, amigo de Bruno conhecido como Macarrão atraíram Eliza para o Rio de Janeiro prometendo que iriam acertar o valor da pensão e que Bruno ainda daria um apartamento para ela, em Belo Horizonte, para que o filho fosse criado perto da família do goleiro.
InquéritoO inquérito tem oito volumes, com cerca de 1.600 páginas e três anexos. O goleiro Bruno de Souza, Luiz Henrique Ferreira Romão (Macarrão), Flávio Caetano de Araújo; Wemerson Marques de Souza, Dayanne Souza (mulher de Bruno), Elenilson Vitor da Silva, Sérgio Rosa Sales (primo do atleta) e Fernanda Gomes de Castro (amante do goleiro) foram indiciados por homicídio, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e corrupção de menores.
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos foi indiciado por homicídio qualificado, formação de quadrilha e ocultação de cadáver.
De todos os indiciados, Fernanda é a única que está em liberdade. A polícia informou, nesta sexta, que pediu a prisão preventiva dela.
A prisão temporária dos outros suspeitos foi decretada no início de julho. Todos estão presos na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Também nesta sexta, a polícia pediu a prisão preventiva dos oito suspeitos, com o objetivo de prorrogar a permanência deles na cadeia.
*(Com informações da Globominas.com)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fique a vontade para comentar,mas lembramos que não podemos aceitar ofensas gratuitas, palavrões e expressões que possam configurar crime, ou seja, comentários que ataquem a honra, a moral ou imputem crimes sem comprovação a quem quer que seja. Comentários racistas, homofóbicos e caluniosos felizmente não podemos publicar.