quinta-feira, 5 de julho de 2012

Cientistas criam novo método para identificar mentiras


Cientistas criam novo método para identificar mentiras
O novo trabalho se concentra no que as pessoas dizem, não em como reagem

Antes de qualquer interrogatório, da avaliação através de espelhos falsos, das negociações ou da rotina de tira bom, tira mau, oficiais da polícia investigando um crime precisam fazer uma decisão traiçoeira: a pessoa interrogada está sendo honesta ou inventando contos da carochinha? A resposta é crucial não apenas para identificar potenciais suspeitos e testemunhas confiáveis, mas também para o destino da pessoa sendo interrogada. Aqueles que se saírem mal podem se tornar possíveis suspeitos e passar horas no negócio perigoso da pergunta confrontadora e transformadora de vidas: serão ou não culpados?

Até recentemente, os departamentos de polícia tiveram pouco suporte sólido de pesquisas que guiasse seus instintos. Mas agora cientistas forenses começaram a testar técnicas que eles esperam poder fornecer a oficiais, interrogadores e outros um tipo de teste de honestidade, um método para separar as histórias falsas das verdadeiras.

O novo trabalho se concentra no que as pessoas dizem, não em como reagem. Ele já transformou o trabalho policial de alguns países e certas técnicas novas começam a ser usadas em interrogatórios nos Estados Unidos.

Em parte, o trabalho surge da frustração com outros métodos. Em média, mentirosos não evitam o olhar mais que pessoas dizendo a verdade em uma entrevista, reportam pesquisadores; nem se inquietam, suam ou reclinam na cadeira com maior freqüência. Eles podem produzir distintas e fugazes mudanças de expressão, dizem especialistas, mas ainda não está claro como analisá-las.

Nem os avanços tecnológicos se mostraram muito úteis. Nenhuma máquina de exame cerebral pode distinguir com confiança uma história falsa de outra verdadeira, por exemplo; o mesmo para polígrafos, que registram mudanças na fisiologia como uma detecção indireta de mentiras.

"Focar no conteúdo é uma ótima idéia", dadas as limitações do que se faz atualmente, disse Saul Kassin, professor de psicologia da Faculdade de Justiça Criminal John Jay.

Um princípio amplo e direto mudou o trabalho da polícia na Grã Bretanha: procure informação, não uma confissão. Em meados dos anos 1980, após casos de falsas confissões, as cortes britânicas proibiram policiais de usar certas técnicas agressivas, como mentir sobre provas para provocar suspeitos, e exigiram que os interrogatórios fossem gravados. Os policiais agora trabalham para reunir o máximo de evidências possível antes de interrogar um suspeito, e não fazem distinção entre a chamada entrevista investigativa e um interrogatório, explica Ray Bull, professor de psicologia forense da Universidade de Leicester.

"Essas entrevistas soam como um bate-papo em um bar", disse Bull, que, com colegas como Alder Vrij da Universidade de Portsmouth, foi pioneiro na pesquisa da área. "É como aquela série antiga, 'Columbo', em que ele finge ser um idiota, mas reúne uma série de provas."

Bull, que analisou inúmeras gravações de interrogatório, disse que a polícia não registrou queda no número de confissões, nem grandes injustiças a partir de confissões falsas. Em um levantamento em 2002, pesquisadores na Suécia descobriram que interrogatórios com menor confronto eram associados a maiores chances de confissão.

Mesmo assim, pesquisadores forenses não abandonaram a busca por pistas verbais em interrogatórios. Em análises de o que as pessoas dizem quando estão mentindo ou falando a verdade, eles encontraram diferenças tentadoras.

Kevin Colwell, psicólogo da Universidade Estadual do Sul de Connecticut, já colaborou com departamentos de polícia, funcionários do Pentágono e até agentes de proteção à criança que precisavam checar a veracidade de testemunhos conflitantes de pais e filhos. Ele explica que pessoas tramando uma história preparam um roteiro estreito e com parcos detalhes.

"É como ser surpreendido pela sua mãe quando criança, quando você cometeu erros realmente óbvios", disse Colwell. "Bem, agora você trabalha para evitá-los."

Ao contrário, pessoas dizendo a verdade não seguem roteiro, tendem a se lembrar mais de detalhes irrelevantes e podem até cometer erros. Elas são mais negligentes.

Psicólogos estudam há muito tempo formas de ampliar esse contraste. Inspirados nos trabalhos de Vrij e da doutora Marcia K. Johnson, de Yale, entre outros, Colwell e o doutor Cheryl Hiscock-Anisman da Universidade Nacional em La Jolla, Califórnia, desenvolveram uma técnica de entrevista que parece ajudar a distinguir a verdade da mentira.

A entrevista é comedida, mas exigente. Primeiro, a pessoa tem uma lembrança nítida, como o primeiro dia de faculdade, para que os pesquisadores tenham uma base de como a pessoa se comunica. A pessoa, então, relata livremente o evento sendo investigado, lembrando tudo que aconteceu. Após várias perguntas pontuais ('Será que um policial diria que um crime foi cometido?', por exemplo), o entrevistado descreve o evento em questão mais uma vez, acrescentando sons, odores e outros detalhes. Vários outros estágios se seguem, inclusive um no qual a pessoa deve se lembrar do que aconteceu reversamente.

Em vários estudos, Colwell e Hiscock-Anisman relataram uma diferença consistente: pessoas dizendo a verdade tendem a adicionar de 20% a 30% mais detalhes externos do que aquelas mentindo.

"É assim que a memória funciona, por associação", disse Hiscock-Anisman. "Se você está falando a verdade, essa restauração mental de contextos acrescenta cada vez mais detalhes externos."

Não é bem assim quando você tem uma história confeccionada e decorada. "É a diferença entre uma árvore toda florida no verão e um galho seco no inverno", explica o doutor Charles Morgan, psiquiatra do Centro Nacional para Transtorno de Estresse Pós-Traumático, que testou a técnica para alegações de trauma e com soldados de operações especiais.

Em um estudo recente, psicólogos fizeram com que 38 graduandos entrassem no gabinete do professor para ou roubar um exame ou substituir um que tivesse sido roubado. Uma semana depois, metade disse a verdade nessa entrevista estruturada e a outra metade tentou não se incriminar, mentindo na entrevista. Um prêmio de US$ 20 foi oferecido aos melhores mentirosos.

Os pesquisadores usaram quatro avaliadores treinados, que não sabiam quais estudantes mentiam, para examinar as transcrições a partir do tamanho das respostas e da riqueza de detalhes acrescentados, entre outras coisas. Eles categorizaram corretamente 33 das 38 histórias como verdadeiras ou mentirosas.

O estudo, cujos co-autores foram Amina Memon, Laura Taylor e Jessica Prewett, é um dos muitos que apresentam resultados positivos de 70% ou mais de precisão.

Nesse verão americano, Colwell e Hiscock-Anisman vão ensinar a técnica no Departamento de Polícia de San Diego, que tem uma força de cerca de dois mil oficiais. "Você realmente desenvolve uma antena própria ao interrogar pessoas por tantos anos", disse Chris Ellis, tenente da força que convidou os pesquisadores a realizar o treinamento. "Mas estamos abertos a qualquer coisa que facilite nosso trabalho e nos torne mais precisos."

Essa abordagem, por mais promissora que seja, tem suas limitações. Ela se aplica apenas a uma pessoa falando sobre o que aconteceu durante um período específico - não a fatos individuais como "Você viu uma pasta vermelha no chão?". Pode ser pouco adequada também para alguém traumatizado ou não interessado em falar, disse Morgan. E tem poucas chances de apontar a pessoa que muda um pequeno, mas crucial, detalhe na história - "Claro, estava lá, dei uns murros, mas não sei nada sobre faca alguma" - ou, ainda, o especialista ou mentiroso patológico.

Mas a ciência está evoluindo rápido. Bull, Vrij e Par-Anders Granhag da Universidade Goteborg, na Suécia, estão descobrindo que desafiar as pessoas com peças de provas anteriormente reunidas, gradualmente as introduzindo durante o interrogatório, aumenta a pressão sobre mentirosos.

E tudo isso pode ser feito sem ameaças ou abuso, que torna as coisas mais fáceis para policiais e suspeitos. Columbo, ao que parece, não está mais restrito à TV. [BENEDICT CAREY. Tradução: Amy Traduções]


Como detectar mentiras

Na lida com relacionamentos para se defender é imprescindível ter algum conhecimento sobre como detectar mentiras, como perceber quando outra pessoa está tentando enganar você.
Estar preparado para ser enganado não quer dizer que você seja inseguro ou que você desconfie da pessoa, simplesmente demonstra que apesar de você depositar confiança nas pessoas você está PREPARADO para o pior, pois infelizmente nunca sabemos onde estamos pisando e é melhor perceber as coisas antes que sejam tardes demais.

Detectar mentiras é um assunto complexo e irá exigir uma série de posts, a principio irei descrever alguns mecanismos de como perceber quando alguém está mentindo ou omitindo algo de você.

Para este primeiro texto irei reunir cinco sinais de como identificar que alguém pode estar mentindo ou omitindo algo de ti.

Algumas dessas dicas podem ser tão sutis que você pode facilmente esquece-las a não ser que esteja prestando muita atenção, enquanto outras são bem óbvias. Em alguns casos você estará procurando por mentiras por omissões (aquilo que deveria estar lá, mas não está), e em outros casos mentiras por comissões (coisas que foram ditas que são inconsistentes com o resto da mensagem).

Algo a ser esclarecido antes de iniciar as dicas é: Assim que você perceber que alguém está mentindo pra ti, deves confrontar a mentira imediatamente? Normalmente NÃO. A melhor maneira de lidar com isso, é gravar o fato na sua cabeça e continuar com a conversa, a fim de extrair mais informações e ter mais terreno para encontrar mais inconsistências. Toda vez que você deixa o mentiroso perceber que você está desconfiando dele, normalmente ele vai ficar mais defensivo e tentar ser mais convincente, o que inevitavelmente vai dificultar sua extração de informações.

Abaixo seguem cinco dicas de como detectar uma mentira:


1- A linguagem dos olhos

Nenhum ou pouco contato visual direto é um clássico sinal da mentira. Uma pessoa que está mentindo normalmente faz de tudo para evitar contato visual. Inconscientemente ela sente que você pode ver "através" dele devido ao contato visual. E sentindo-se culpada ela não consegue encarar você.
Quando encarada visualmente ela olhará para baixo ou balançará os olhos.
Normalmente quando dizemos a verdade ou estamos ofendidos por uma falsa acusação nós tendemos a concentrar totalmente no que estamos falando e termos uma conversação fixa. Nós olhamos fixamente para a pessoa que nos está acusando de algo que não fizemos e fazemos de tudo para não desviar o assunto, já que ninguém gosta de ser acusado falsamente.



2- O corpo nunca mente (falta de gestos)

Quando alguém está mentindo ou guardando algo, ela tende a ser menos expressiva com suas mãos e braços. Se ela estiver sentada ela tende a ficar com a mão no colo, ou se ela estiver de pé pode botar a mão no bolso ou apoiar ela em algum lugar para limitar o movimento das mãos.
Quando os dedos estão fechados ou entrelaçados normalmente indicam que a pessoa está "fechada" ou "guardando algo" já que dedos totalmente abertos e movimentos leves da mão indicam abertura.

Você já notou que quando está empolgado falando algo, suas mãos e braços balançam bastante enfatizando seu ponto de vista e sendo CONGRUENTES com seu entusiasmo? E você também já notou que quando você está falando algo que você não acredita seu corpo ecoa suas emoções e se torna menos expressivo?

Outro sinal importante é que quando você pergunta algo pra ela, e ela responde virando as mãos para abaixo ou fechando elas indicam que ela pode estar escondendo algo, se ela estivesse verdadeiramente confusa ela viraria as mãos para cima como se estivesse dizendo "Eu não entendo o que você quer dizer, pergunte mais" ou "eu não tenho nada a esconder".


3- A congruência da reação

O tempo das reações é algo que normalmente é difícil de fingir. Observe atentamente e provavelmente você não será enganado. Uma reação que não é verdadeira normalmente não é espontânea, e além disso existe um certo "atraso" no tempo de duração da reação falsa. Uma reação verdadeira normalmente começa de maneira espontânea e termina de maneira abrupta.

A surpresa é um bom exemplo disso. A surpresa vem e vai embora rapidamente, se então ela parece "prolongada" provavelmente é porque é falsa. Quando estamos fingindo estar surpresos, a maioria de nós mantém um tempo maior de cara de "surpreso" que parece até plastificado de tão forçado que fica.

Portanto é importante verificarmos a espontaneidade e o tempo das reações, reações falsas duram mais, começam atrasadas e parecem quase plásticas, pois a pessoa está tentando enfatizar algo que não foi natural. Podemos verificar isso facilmente em atores e políticos que tentam enfatizar reações de maneira que fica totalmente artificial.


4- Se ela está olhando em direção à porta.

Assim como nós saímos fora quando alguém nos ameaça fisicamente, a pessoa que sente uma desvantagem psicológica irá virar-se ou ir embora do seu acusador. Quando estamos confiantes de nossas ideias e argumentos nós tendemos a se mover para perto de quem falamos. O mentiroso é relutante em chegar perto ou encarar de frente quem o acusa. Ela vira a cabeça em direção à porta, ou vira o corpo, mas dificilmente encara de frente o acusador. Olho por olho normalmente é uma atitude de quem quer refutar uma acusação falsa e não de quem está mentindo.

Sempre procure por qualquer tipo de movimento em direção a saída. Se sentindo inconfortável ela pode virar seu corpo ou até se dirigir em direção a saída.


5- O dedo que nunca aponta.

Alguém que está mentindo ou escondendo algo raramente aponta seu dedo tanto pro ar quanto na cara da pessoa. Apontar o dedo indica convicção e autoridade. E também ênfase em um argumento. Alguém que está com medo de ser descoberto provavelmente não irá tomar esse tipo de atitude não verbal.

Esses são cinco maneiras de descobrir que existe alguma coisa faltando ou alguma enganação por parte da espertinha para quanto você. Existem diversas outras maneiras, e casos que essas técnicas não são aplicáveis (como no telefone por exemplo) e outras se aplicam melhor. Nos próximos textos irei descrever formas de arrancar uma mentira de alguém, através de sofisticados mecanismos psicológicos que irão acurralar o mentiroso.

É importante notar que mentir é uma atividade. Quanto mais uma pessoa mente e engana, melhor ela fica nisso. Mas assim como o mentiroso pode melhorar suas habilidades aqueles que querem se prevenir de mentirosos também podem, então se este é um assunto do seu interesse não deixe de pesquisar outras fontes a respeito do assunto, para que você nunca mais seja enganado novamente.

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