quinta-feira, 14 de março de 2013

Cirurgia de redução de estômago funciona melhor do que dietas?


De acordo com uma nova pesquisa as cirurgias de redução de estômago, que limitam a quantidade de comida que uma pessoa pode consumir, funcionam melhor do que dietas intensivas nos adolescentes.
Eles estudaram 50 adolescentes com idades entre 14 e 18 anos. 25 faziam uma dieta intensa e 25 seriam submetidos a uma cirurgia redutora de estômago. Os resultados mostraram que a cirurgia funciona bem melhor. Dos 25 que fizeram a cirurgia, 23 conseguiram perder peso de forma satisfatória.
Já em relação à dieta intensa, apenas 3 dos 25 jovens conseguiu chegar ao seu peso ideal.
Segundo os médicos isso quer dizer que, para atingir a saúde, a cirurgia se mostrou uma opção mais confiável e durável do que dietas.
Muitos estudos já foram feitos sobre a eficácia da redução de estômago em adultos, mas pouco se sabe sobre o procedimento quando é realizado em crianças e adolescentes.
Todos os adolescentes do estudo eram severamente obesos (com Indice de Massa Corpórea maior do que 35 – isso quer dizer que se eles tivessem uma altura de 1,70, aproximadamente, seu peso seria de 109 quilos). Dois anos depois da cirurgia eles haviam perdido, em média, 78,8% de seu excesso de peso, ou 28% de seu peso total, o que significa que estavam na faixa dos 70 quilos.

O grupo que fez a dieta perdeu apenas 13.2% do excesso de peso e 3% do peso total, o que indica que estavam, em média, acima dos 100 quilos mesmo depois de dois anos seguindo a dieta.
Além de resultados menores na perda de peso, a cirurgia fez com que os participantes tivessem uma melhora nos níveis de colesterol e de pressão sanguínea. [Reuters]

O número de pessoas fazendo a drástica cirurgia de redução do estômago, para tratar a obesidade, irá subir muito nos próximos anos porque será a única maneira que possibilitará a muitas pessoas conseguir manter a perda de peso necessária para uma vida saudável, segundo cientistas.
Fazer dietas e outras mudanças de estilo de vida podem levar a um emagrecimento substancial. Mas muitas pessoas, de acordo com os pesquisadores, acham difícil manter a perda de peso por causa das mudanças nos níveis hormonais, fazendo com que o corpo queira produzir mais gordura.
“Um vez que você começa a perder peso ao reduzir a ingestão de calorias seu corpo interpreta isso como inanição e entra em “alerta vermelho”, lutando para manter os depósitos de gordural”, explicou Rachel Batterham, da Universidade College London, na Inglaterra. “Então você está lutando contra o seu corpo enquanto perde peso.”
Cirurgia de redução do estômago não serão mais feitas apenas para pessoas com obesidade mórbida, mas serão oferecidas para homens e mulheres em sobrepeso como uma forma de prevenção de doenças, da mesma maneira que as estatinas são oferecidas para prevenir doenças cardíacas, disseram. Novas técnicas não de cirurgia bariátrica estão nascendo a cada dia.
No Reino Unido, ao menos 10 vezes mais pessoas que realizaram cirurgia bariátrica para redução do estômago pela saúde pública se qualificam para realizar uma, de acordo com os pesquisadores, que acreditam que não tem sido feito o suficiente para informar os pacientes obesos sobre os benefícios da cirurgia.
“Cirurgia é atualmente o único tratamento efetivo contra a obesidade… Não apenas ajuda as pessoas a perderem peso ao reduzir fisicamente a quantidade de comida que ingerem, mas também altera seu perfil hormonal, significando que eles sentem menos fome e então passa a ser muito mais fácil manter a perda de peso”, disse Rachel.
Uma quantidade cada vez maior de homens e mulheres entrarão na categoria para cirurgia bariátrica, onde o estômago é grampeado ou desviado ao levar a comida diretamente ao intestino delgado.
Pessoas severamente obesas com o índice de massa corporal (IMC) 35 já se qualificam para o procedimento e estudos mostraram que mesmo a operação tem um risco pequeno, os benefícios à longo prazo são maiores do que para pacientes tratados com medicamentos ou mudanças de estilo de vida, disseram cientistas.
“A única maneira provada de perder peso e viver mais é fazendo cirurgia de obesidade” disse Carel Le Roux do Imperial College London. “Este tipo de cirurgia, no entanto, não o torna magro, nem irá torná-lo feliz, apenas o deixará mais saudável… Se nós teremos baixos níveis de mortalidade futuramente, nós deveríamos nos perguntar: Porque isso não está disponível para mais pacientes e porque nós restringimos nossos pacientes ao IMC 35?”
“É justo reduzir outras medicações como as estatinas? Nós restringimos a estatinas às pessoas que já tiveram ataques cardíacos? Não, nós damos o medicamento a pessoas com risco de ataques cardíacos.”
No Brasil o caso é similar. Os planos de saúde são obrigados a disponibilizar a cirurgia de redução de estômago para pessoas com obesidade mórbida, mas não para pessoas simplesmente obesas ou em sobrepeso. Estudos mostraram que os planos de saúde recuperam o dinheiro gasto com o procedimento em apenas dois anos, pela redução de problemas de saúde dos seus clientes.
A primeira cirurgia de redução de estômago grátis realizada pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ocorreu no mês passado, em João Pessoa, na Paraíba. Os custos (R$ 4.800,00) foram arcados pelo município.
Uma crença generalizada levou os médicos a acreditarem que as cirurgias bariátricas reduziam a absorção dos alimentos, mas estudos recentes mostraram que em a realidade a operação altera os níveis de hormônios que controlam a fome, disse Rachel.
“Pesquisas futuras irão focar no desenvolvimento de drogas que funcionam da mesma maneira que a cirurgia gástrica ao alterar os níveis hormonais que controlam a fome e dão a sensação de saciedade.” [The IndependentBloomberg]


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